sábado, 6 de dezembro de 2008

Como uma água-viva

Não que o resultado me apavorasse. Tinha medo era de enfrentar. Descobri isso logo após que duelei comigo mesmo hoje de manhã. A adrenalina tremia como a cauda de uma cascavél, e aquilo sequer havia efeito. Isso era o de mais intrigante, não havia efeito nenhum. Eu precisa fazer um corte profundo e passar adiante como um matador de aluguel. Foi então que o fiz. Eu sequer conseguia levantar os olhos. No final saí ondulando como uma água-viva.
Agora apenas espero ao movimento descontínuo das águas

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Frio e Calculista


[...]
- Você merece todo e completo desprezo.
- Mais alguma coisa a dizer?
- Não.
- Agora passe-me o café, sim!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pesos e Medidas



Se eu te disser em pesos e medidas, talvez você entendesse. Mas se eu te disser em sentimentos, jamais poderia entender-me, pois até mesmo eu que sinto, me assusto. Nessas horas é extremamente necessário ser um pouco capitalista.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Furando a Fila


Comprei uma flor
Renovei o armário
Fiz novas canções
Mudei os horários

Mas nada do que eu disse
Te serviu de lembrete
Tudo o que eu gosto
Foi pra baixo do tapete

Toda vez que eu tento
calafrio e tremor
Só chego atrasado
Depois que acabou

Quando eu te amei
Foi tão cruel
Não permitiram
Chegar a minha vez
Quando eu te conheci
Eu escrevi
Poemas sem fim
Poemas sem fim

quarta-feira, 5 de março de 2008

A Repulsa


Interessou-me mais aquilo que não podia chegar às minhas mãos, tampouco o que não me pertencia de fato. Interessou-me como o seu olhar me desprezava e como os seus gestos me desdenhavam, sem falar de como suas palavras me eram ásperas e irritantemente honestas. Todo um caos sentimental destruiu uma vida. Aquela paixão me induzia aos erros. Um cigarro ferozmente tragado até o fim era apropriado para aqueles momentos. No que eu havia me interessado então?? Era excitantemente arrebatador estraçalhar os mais doces e frágeis sentimentos que eu ainda guardava para mim. Eu queria usar daquelas sensações o mais rápido possível, senti-las vivas, se mexendo. Era fatal. O interesse aumentava cada vez mais quando eu me deparava com o peso frio daquela alma trancada. Trancada para mim e para todo o meu acervo de prazeres inintendíveis. Era assim que eu me sentia confortável. Fixei os olhos nele como uma águia que vigia o seu alimento no meio do deserto. Por alguns segundos os meus olhos naturalmente encontraram e invadiram uma brecha na janela dos seus olhos e ali, ambos estáticos, sentimos algo sem nenhum sentimento excepcional. Mas eu pude perceber que era o momento certo de acontecer aquele encontro visual. Todos os movimentos do corpo se entregam á ação do contato ocular. È impressionante como entendemos essa leitura e rapidamente a esquecemos e ficamos desorientados tentando encontrar uma explicação. O universo se posiciona e nos mostra o caminho para uma alma e como no final de um eclipse, deixa-nos perdidos. Voltei pra casa sem pensar em absolutamente nada. Eu entrei em um mundo desconhecido e não pude me impressionar com o que vi sequer eu me lembrara do que havia acontecido. O que ele pode perceber em mim então? Fiquei com medo daquela cena não se repetir.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

No meu silêncio


Você não vai acreditar
Mas eu estou sentindo algo tão diferente
Quando estou perto da solidão
Você não vai nem reparar
Que quando passo por você
Meu coração já percebe
E começo a gelar nas mãos

Paro bem em frente da televisão
Só mostra coisa chata e sem emoção
Eu quero mesmo é segurar sua mão
E saber que é o começo de uma paixão

E também sentir muita alegria
Regar as suas flores na janela
Olhar o sol até o fim do dia
E esse calafrio me desespera...

Todos os dias são sempre iguais
Meu coração não sabe o que faz
Quer ter você de qualquer jeito
E não me deixa mais viver em paz

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Quem então?


Não, esse não sou eu.
Que derrama o café no seu tapete
Não, esse não sou eu.
Que quebra seus perfumes na parede
Não esse não sou eu.
Que invade sua sala, lustrada, sem graça.
Não, este não é você.
Que se importa, com tais derrotas.
Não, não somos nós.
Que brigamos sem mágoa de ferir
Tem algo aqui, que não quer partir.
Que manobra meu desejo
De ter você no peito
Sim! Os seus perfumes caros vão te levar
Para o fim da loucura e depois sumir
Por favor não me culpes...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A volta


Não quero ouvir sua voz sem mim
Meu café já esta na xícara
E as horas que você me deixou aqui?
Esperando sentir o gosto doce do açúcar
As horas passam e eu tento sorrir
Você era meu amigo e agora o que é?
Traga-me o todo, traga-me o fim.
Mas não me deixe só na mesa assim
As horas vão, eu poderia sentir.
Sua respiração na cama antes de dormir
As histórias vão, eu queria lembrar.
Que nossas vidas vão andar sem fim

Quero fazer uma surpresa
Antes do seu aniversário
Venha dormir aqui hoje
Tenho um presente pra você

Não quero ver você
Dobrar a esquina antes do amanhecer
A brisa fria que chega, também pode ser perigosa.
E no outono não vá usar o agasalho que te dei
Não posso esconder minhas mãos nas costas?
Está aqui, o chocolate que te dei.
Intacto igual ao seu olhar
Está aqui, o cartão de despedida.
Não minta mais para mim

sábado, 12 de janeiro de 2008

No Convento


Certo dia, num desconhecido convento, uma figura voluptuosa entra forçadamente aos berros a recusar-se de ser presa por votos, vindo de uma sociedade que se julga conservadora. A garota gritava enquanto as sensíveis madres seguravam-na com toda a força para leva - lá até o padre. Numa sala bem reservada e a menina jogada ao chão, as madres apresentaram-na ao padre:
- Deixem -nos a sós, disse.
- O que a trouxe aqui?
-Saiba que este não é o local onde irá mudar quem realmente sou!Por acaso mudou a sua vida?Revidou com ironia.
A menina proferiu aquelas palavras devido ao padre ser um moço muito jovem e também muito atraente e, como um detector de metais, a menina pressentiu com facilidade um certo devaneio e um nervosismo em seu olhar.
- Cale-se menina! A questão aqui é você. Não vou tolerar mais seus atrevimentos. Conte-me tudo e talvez mereça o meu perdão!
A jovem moça, como estava ajoelhada no chão, levanta-se bem devagar com o seu olhar fixo nos olhos do padre. Com um sorriso diabólico estampado no rosto, rapidamente ela agarra o rapaz e o empurra para dentro do confissionário, onde as pessoas enxugam a cara com lágrimas de veneração à própria vida. O padre, sentado no banquinho que havia ali, permaneceu com a menina em cima dela. Assustado com aquilo, começou a ouvir com sussurros a confissão ardente da garota.
Falava ela algo sobre uma garota que havia conhecido há algum tempo e, com ela, despertaram um sentimento nunca visto antes em suas vidas devido as suas purezas. As respectivas famílias tentaram esconder os fatos dos outros e até de si mesmos. Mas nada impediu que a garota continuasse com sua vida de promiscuidades. Depois daquilo, ficou conhecida pela sua atmosfera de prazeres, tanto para os homens quanto para as mulheres. Sem falar dos desentendimentos de seus relacionamentos...
As últimas palavras da moça ficaram estampadas na mente do padre: “A minha sensualidade fora motivo de libertação de vidas acorrentadas pelas próprias ingenuidades". O rapaz automaticamente lembrou-se da sua vida passada, a rebeldia ao pai por recusar-se a ser como ele e das muitas garotas que havia retirado o caráter. Naquele momento o padre arranca selvagemente a roupa da menina e começa a sentir um prazer que há muito não sentira. Repentinamente as madres entram na sala e vêem aquela cena caótica e quase morrem de horror.
Algum tempo se passou e ambos foram castigados, mas aqueles dois encontraram a preciosidade de enfrentarem seus medos e de lutarem para serem livres e matar a curiosidade de viver uma vida de verdade!