domingo, 18 de novembro de 2007

Reverberações explicativas de mim



Um belo dia eu percebi que eu precisava plagiar.
Qualquer coisa que eu pudesse preservar até o fim.
Toda a insanidade que roubei joguei contra as paredes
Nas madrugadas que senti algo invisível me procurando
Para eu entregar toda a verdade que escondi dentro do mar
Mas algo que jamais me pertenceu foi a vontade que tive de
Atuar como figurante na vida que eu sempre procurei.
Quando quase tudo anoiteceu, não lembrei onde deixei.
A vela que recebi no enterro da vida em que eu mesmo anulei.
Faço preces para mim antes de procurar o documento em que eu
Mesmo me fiz assinar para não deixar nada mais se aproximar
Tudo que inventei fez desmanchar o jardim, os planos, as figuras
De suor que escorria da pele queimada do calor
Pouco antes de eu me empurrar.
Um belo dia eu percebi que nada mais pode voltar
Porque a eternidade é inexplicável sem uma dor
Dentro das dimensões em que o peso de uma lágrima pode ocupar
Hoje eu apenas espero o velejador que possa me arrastar
Com a sua rede para dentro do seu barco e possa me colocar
Dentro de um aquário para uma criança vir alimentar.
Eu gostaria de pausar a eternidade.

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